Thursday, January 15, 2009


Depois de usar armas sujas e bombardear até cemitérios, Israel bombardeia os depósitos de comida para as vítimas de suas atrocidades.

Adriano



Ataques de Israel a Gaza queimam ajuda humanitária

A ajuda humanitária que tinha entrado na Faixa de Gaza nos últimos dias pegou fogo, após os depósitos das Nações Unidas onde o auxílio estava armazenado serem atingidos pelos bombardeios israelenses nesta quinta-feira.

"A comida que entrou em Gaza nos últimos dias está pegando fogo", disse, em Gaza, o porta-voz da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), Adnan Abu Hasna, em declarações ao Canal 10 da televisão de Israel.

Uma grande coluna de fumaça branca, primeiro, e preta, depois, por causa do combustível queimado, era vista esta tarde sobre a Faixa de Gaza, depois que pelo menos um projétil de tanque israelense atingiu de manhã os depósitos da ONU.

"Ontem, falei com eles (o exército) para pedir que não nos atacassem, e nos disseram que fazíamos um grande trabalho, mas hoje nos bombardearam", lamentou o porta-voz.

Israel atacou hoje com fogo de artilharia a principal sede da UNRWA em Gaza, segundo porta-vozes militares, o ataque foi após os soldados israelenses serem atacados do local com foguetes antitanque.

Um dos projéteis de 155 milímetros, disparados de fora da Faixa de Gaza por uma bateria de artilharia, atingiu o depósito de alimentos da organização internacional, e o fogo se expandiu rapidamente para os depósitos de combustíveis.

Trata-se do abastecimento que entrou em Gaza desde que, no fim de semana passado, entrou em vigor a trégua humanitária de três horas por dia, e que a UNRWA foi acumulando em seu depósito central para posterior distribuição aos centros de repartição.

Os depósitos de alimentos e gasolina ficavam a apenas alguns metros de distância, disse o porta-voz, que confirmou que o incêndio não tinha sido extinto após mais de quatro horas.

EFE
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15/01/2009 - 10h16
Israel ataca prédio da ONU, hospital e complexo de mídia em Gaza




O prédio-sede da UNRWA (agência da ONU para refugiados palestinos), o hospital Al Quds --ligado ao Crescente Vermelho, a Cruz Vermelha dos países muçulmanos-- e um complexo com escritórios de mídias árabes e ocidentais foram atacados por militares israelenses nesta quinta-feira, 20º dia da ofensiva contra o grupo radical islâmico Hamas.

Em represália, os militantes palestinos dispararam 15 foguetes contra Israel.

Funcionário da ONU tenta conter danos a prédio atacado por Israel
Fontes médicas afirmam que mais de mil palestinos já foram mortos e outros 4.000, feridos. Segundo as mesmas fontes, 40% dos mortos são civis. Israel contabiliza 930 mortos --e diz que 75% deles são militantes do Hamas.

Segundo o porta-voz da agência da ONU (Organização das Nações Unidas), Richard Gunnes, o prédio --que chegou a abrigar centenas de refugiados do conflito-- foi atingido por três tiros de tanques israelenses. Na sequência, o edifício pegou fogo. Não há confirmação de danos nem de quantas pessoas estavam no local, no momento do ataque. Entre os funcionários da ONU, ao menos três ficaram feridos.

O porta-voz acusou Israel de ter atacado o prédio com fósforo branco, substância cujo uso em regiões habitadas ou ataques a pessoas é proibido justamente por causar queimaduras severas e problemas respiratórios.

O grupo internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch denunciara, nesta terça-feira (13), o uso de fósforo branco por Israel. Em 2006, Israel admitiu ter usado obuses com fósforo branco contra objetivos militares durante a ofensiva no sul do Líbano contra alvos do Hizbollah, milícia xiita libanesa.

"Um dos feridos sofreu lesões provocadas por bombas de fósforo branco, que atravessaram o colete à prova de balas que ele usava", denunciou o espanhol Francesc Claret, funcionário da agência da ONU, em entrevista à agência de notícias Efe. Claret afirmou ainda temer por refugiados que estavam, eventualmente, no prédio e por todo material de ajuda incendiado.

O ataque ao prédio da ONU ocorreu pouco antes de o secretário-geral Ban Ki-moon se reunir com a chanceler israelense, Tzipi Livni, em Tel Aviv. De lá, ele expressou "grande protesto e horror" em relação ao ataque e pediu que seja aberta uma investigação.

O Exército israelense ainda não comentou o ataque desta quinta-feira, porém o ministro de Defesa israelense, Ehud Barak, classificou o fato como um "grave erro".

Ban chegou nesta terça-feira ao Oriente Médio para participar das negociações de paz entre israelenses e palestinos e tentar fazer que ambos os lados acatassem a resolução por trégua imediata que fora aprovada dias atrás no Conselho de Segurança e que foi ignorada. Nesta sexta-feira (16), Ban vai a Ramallah, na Cisjordânia, onde vê o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

Hospital

O hospital do Crescente Vermelho atingido pelos israelenses fica no bairro de Tel Hawa. De acordo com a rede de TV Al Jazeera, a farmácia do hospital permanece em chamas, assim como o segundo andar de um imóvel que abriga vários escritórios administrativos e que fica no mesmo bairro. Mais uma vez, não há confirmação sobre vítimas.

Segundo a Al Jazeera, cerca de 500 pessoas, incluindo médicos e doentes, estavam no hospital no momento dos bombardeios.

Mídia

O complexo de mídia atingido pelo Exército israelense nesta quinta-feira funcionava no edifício Al Shurouq Tower, no bairro de Al Shuruk, centro da Cidade de Gaza, e abrigava profissionais árabes e ocidentais. Entre as empresas há as TVs Fox, Sky News e RTL, além da agência de notícias Reuters e as árabes Al Arabia e MBC.

Conforme a agência de notícias Reuters, a bomba atingiu o imóvel na altura do 13º andar, onde funciona uma produtora de TV --a Reuters fica no 12º. O nome do jornalista ferido não foi divulgado, mas informações preliminares indicam que ele era da TV Abu Dhabi e estaria no 14º andar, no momento do ataque.

Segundo a Reuters, um porta-voz do Exército israelense entrou em contato com o escritório da Reuters em Jerusalém pouco antes do ataque, para confirmar a localização da equipe em Gaza --o que foi feito pela empresa, que recebeu garantia de que não era alvo.

Retirado da folha on-line in http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u490324.shtml

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