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Monday, January 12, 2009
Artigo do jornal Al Baian, sobre a resistência em Gaza
Por Sadek Amin, da redação do jornal Al Baian
Israel e seu aliado imperialismo invadem Gaza, mas encontram uma resistência tenaz do povo palestino e o repúdio em todo o mundo
A região do Oriente Médio passa por um processo revolucionário de resistência popular amplo representado pela Resistência iraquiana e afegã contra o invasor imperialista, a Resistência libanesa, que derrotou o exército sionista, e a Resistência palestina, que paralisa o plano covarde de Abbas-Israel.
Paralelamente há uma onda de mobilizações sindicais e estudantis desde Argélia, Marrocos, Tunísia, Egito e Líbano que marcam o avanço na luta dos trabalhadores árabes contra os regimes pró-imperialistas.
Esta realidade ameaça o plano imperialista na região e os governos árabes aliados ao imperialismo, em meio à crise econômica mundial.
A crise do imperialismo, do sionismo e seus cúmplices
O imperialismo norte-americano e europeu começa a perder o controle em várias frentes: Iraque, Afeganistão e Paquistão, além de Líbano e Palestina.
Esta luta revolucionária não coloca em jogo apenas os interesses do imperialismo mas inclusive a existência do próprio Estado Sionista de Israel, o pilar do imperialismo norte-americano e europeu na região cujos interesses em riquezas materiais são estratégicos, principalmente hoje em meio à crise econômica mundial.
O Estado de Israel passa por sua pior crise político-militar desde a sua fundação em 1948. Procura restabelecer a situação política interna após a derrota para o Hezbollah.
Por outro lado, o partido de Abbas também passa por uma crise terminal. Cada vez mais isolado na Cisjordânia, os palestinos que vivem nesta região concordam com a resistência do Hamas e apóiam suas ações em resposta às agressões israelenses. Se o Fatah perder o controle em Cisjordânia, assim como perdeu na Faixa de Gaza em julho de 2007, Israel perderá seu outro braço.
A agressão sionista à Gaza é uma ação planejada em conjunto com o imperialismo, com a capitulação dos países árabes e a cumplicidade do Fatah. Este plano tem como objetivo derrubar o Hamas do poder em Gaza e manter o governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP), para negociar a formação de um Estado palestino de fachada, e assim restabelecer a situação política interna do Estado de Israel antes das eleições marcadas para fevereiro.
O imperialismo norte americano e europeu quer recuperar a estabilidade política e militar do seu cão de guarda na região como tentativa para avançar no seu plano e impedir a unificação da luta dos povos árabes que ameaça os governos colaboradores.
A agressão sionista
Em 10 dias de agressão militar à Gaza, os ataques do exército israelense elevaram os assassinatos de palestinos a mais de 640 e mais de 2750 feridos. Sua estratégia militar é dividir a Faixa de Gaza em duas partes para paralisar a resistência palestina
Enquanto a ONU e a União Européia não fazem mais que justificar a agressão do Estado de Israel, ocorre um verdadeiro massacre em Gaza com a colaboração do governo egípcio que fechou o que restava de acesso na fronteira com Rafah.
Os palestinos resistem a um massacre sem precedentes e lutam pelo seu direito de sobrevivência. Trata-se de uma luta dos palestinos não apenas contra o exército sionista, mas contra todos os estados cúmplices do massacre, pois o imperialismo mundial fornece todo o armamento bélico a Israel, enquanto que na Faixa de Gaza o povo não tem nada com que se defender nem com que sobreviver. Não há como comparar mísseis de fabricação caseira com as bombas de mais de uma tonelada lançados pelos F-16, tanques Merkava ou Apaches. Israel está lançando bombas químicas proibidas contra os civis e impede a presença da imprensa internacional para transmitir o massacre. Enquanto a maioria dos governos apóia o Estado de Israel, os povos de todo o mundo apóiam a luta dos palestinos por esta expressar a luta de todos os povos oprimidos.
A resistência palestina luta também contra a cumplicidade dos governos árabes aliados à Israel e ao imperialismo. A ofensiva de Israel e o aval do imperialismo, só está sendo possível devido à capitulação dos governos árabes e de Mahmoud Abbas, um capacho do sionismo e do imperialismo norte-americano e traidor que não representa a causa palestina.
Cisjordânia e o apoio à Resistência em todo o mundo
Na Cisjordânia, os protestos são realizados todos os dias contra o massacre sionista à Gaza. As forças de segurança de Abbas tentam impedir as manifestações para atenuar o apoio popular à resistência em Gaza. Esta situação ameaça o poder do Fatah, que é um partido corrupto e cúmplice dos assassinatos cometidos contra o povo palestino. A situação na Cisjordânia pode levar a surgir uma Terceira Intifada.
Há mais de uma semana milhões de pessoas na maioria dos países árabes saíram às ruas para protestar contra o genocídio israelense e condenar o silêncio dos governantes cúmplices. Na Mauritânia as mobilizações populares obrigaram o governo a retirar seu embaixador de Isreal e o parlamento votou em sua maioria para suspender de imediato as relações diplomáticas com Israel. Em Beirute houve enfrentamentos entre manifestantes que queriam invadir a embaixada dos Estados Unidos e o exército. Os movimentos populares no Iêmen pedem o envio de armamento e militantes para Gaza. No Irã sete mil jovens se alistam com voluntários para lutar contra Israel. Dois milhões se manifestam no Marrocos apoiando a resistência. No Sudão os manifestantes exigem suspender relações diplomáticas com Estados Unidos e pedem dos governantes árabes sua renúncia. Os sindicalistas da Tunísia organizam as mobilizações contra a agressão sionista e apoiam a luta armada do povo palestino. Na maioria das capitais do mundo há mobilizações de apoio à Resistência do povo palestino e contra a agressão sionista.
Até o momento tudo indica que a resistência palestina está longe de ser derrotada. O Estado sionista de Israel com todo seu arsenal militar bélico não consegue cumprir seu objetivo militar em 10 dias de ataques e massacres, enquanto a resistência palestina está surpreendendo o mundo com suas táticas militares e sua heróica resistência em todas as frentes. Enquanto o exército sionista massacra os civis a resistência palestina está causando mortes de soldados israelenses e atacando pontos militares estratégicos. O sionismo quer demonstrar força militar, quer massacrar para assustar, quer demonstrar que não foi derrotado no Líbano. Quer demonstrar que o partido colocado no poder está à altura da tarefa.
Israel passa por sua pior crise política na história. Assim como os EUA estão fracassando no Iraque e no Afeganistão, o governo israelense está perdendo também no Oriente Médio. O que está em jogo é a influência política na região que está sendo tomada por uma situação cada vez mais revolucionária.
Pela unificação da luta árabe
A derrota do imperialismo no Oriente Médio e sua crise econômica favorecem a unificação da luta dos povos árabes e que produzem uma tendência revolucionária cada vez maior. A luta do povo palestino é a expressão de uma luta estratégica pelo desmantelamento do Estado Sionista de Israel, é a mais avançada da luta antiimperialista mundial.
Diante desta situação, surge a necessidade para elevar o número das mobilizações contra as agressões terroristas sionistas ao povo palestino e exigir aos governos suspender relações diplomáticas com o Estado terrorista de Israel assim como romper todo tipo de relação comercial e boicotar os produtos israelenses.
Todo apoio à luta do povo palestino em todas suas formas, pela sua libertação e a autodeterminação!
Independentemente de diferenças políticas, todos os que lutam devem estar na mesma trincheira militar do Hamas enquanto esteja assumindo a luta de resistência contra o agressor sionista e pela autodeterminação.
Não às negociações com inimigo sionista e seu cúmplice Abbas, responsáveis pelo massacre do povo palestino.
Não à presença militar da ONU em Gaza, que assumirá a tarefa do exército sionista para vigiar e derrotar a luta do povo palestino.
RETIRADO DO SITE DO PSTU www.pstu.org.br
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