Saturday, May 2, 2009


Os produtores paranaenses de soja não-transgênica evitaram o pagamento de R$ 22 milhões em royalties para a multinacional Monsanto na última safra, informou, nesta quinta-feira (30), o presidente da Empresa Paranaense de Classificação de Produtos (Claspar), Valdir Izidoro Silveira.
A produção de soja convencional na última safra foi de aproximadamente 6 milhões de toneladas, segundo levantamento da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. Sobre este total, quem plantou soja não-transgênica não precisou pagar a taxa de 2% sobre o valor de cada saca comercializada do grão.
Izidoro Silveira destaca que os produtores de soja convencional estão recebendo um prêmio (acréscimo) de R$ 2,00 a R$ 2,30 por saca quando o produto não é transgênico. “É que cresce a demanda pela soja convencional, ao mesmo tempo em que aumenta a rejeição à soja geneticamente modificada”, explicou.
O presidente da Claspar denuncia também que “muitos produtores de soja convencional estão contabilizando prejuízos pela contaminação de transgenia em sua produção, obrigando-os pagar royalties a contragosto. E muitos tiveram contratos cancelados por parte dos compradores, que preferem o grão convencional. Em busca de maior remuneração, alguns produtores optaram em plantar apenas o convencional, em busca de prêmios de R$ 2,00 a R$ 2,30 por saca. Porém, na hora de entregar o produto, foi demonstrado que tinha sido contaminado e passou a ser classificado como transgênico”, disse.
Esta contaminação representa grandes prejuízos para a agricultura e economia paranaense, cujo montante está sendo dimensionado pela área técnica do Governo.
Izidoro Silveira argumenta também que “quem escolheu plantar soja transgênica está se arrependendo por ter que pagar royalties, aumentando os custos de produção, além de receber menos no momento da comercialização, e ainda por constatar que a aplicação do agrotóxico Round-Up (glifosato da Monsanto) não está conseguindo eliminar as ervas daninhas das lavouras transgênicas”.
Segundo ele, “esta realidade prejudica os produtores paranaenses, que agora sentem no bolso o preço de embarcar na canoa furada dos transgênicos, o que poderia ter sido evitado se seguissem o alerta do governador Requião, que sempre advertiu que a transgenia teria um custo muito alto e quem iria ter o lucro garantido seriam as multinacionais das sementes”, concluiu.

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