Tudo Sobre Minha Mãe - Todo sobre Mi Madre
Direção: Pedro Almodóvar
Gênero: Drama, Existencialismo
Espanha - 1999
Esse é o filme que mais gosto de Almodóvar! Homenagem que ele fez para a sua mãe que tomo emprestado para dizer que minha mãe é muito parecida com a “dele”, até mesmo na fisionomia. Mulher guerreira, batalhadora, amorosa, determinada…
Para ser mãe é preciso que haja um(a) filho(a), isso é óbvio. O que acho mais bonito de perceber nessa obra é esse paradoxo:
- Tudo sobre a minha mãe OU Tudo sobre meu filho?
Como se dizer mãe sem que a cria tenha sido dita?
Almodóvar é brilhante nesse contexto, e foi de uma sensibilidade ímpar nesse filme.
Por uma tragédia do destino, Esteban morre. Mas quantos filhos na verdade Manuela tem? Com a personalidade visivelmente materna, cuida de todos que ela quer bem.
Num dualismo providencial, o filme mostra o paradoxo de dois “tipos” de mãe: Rosa (mãe de Rosa) e Manuela. Uma é omissa e eternamente filha, não dá conta de ser mãe; a outra, é mãe até as mães…
Almodóvar explorou bem, também, até o aspecto feminino dos homens, apimentando o filme com o travestismo. Suscita uma máxima Freudiana que Simone de Bouvair fez questão de se apropriar: “Não nasce mulher, torna-se mulher”; Agrado “que torna a vida das pessoas agradáveis” disse algo que ressalto aqui:
Sai muito caro ser autêntica. E, nessas coisas, não se deve ser avarenta. Porque nós ficamos mais autênticas quanto mais nós nos parecemos com que sonhamos com que somos.
E assim é o filme da vida de muitas mães e muitos filhos.
Por: Deusa Circe.