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Friday, October 21, 2011
Pra nós que vivemos no conforto
Do ar-condicionado e nos deslocando
No friozinho dos carros sobre os
Asfaltos das grandes metrópoles,
Jamais podemos mensurar, avaliar ou
Ao menos imaginar a labuta, a vida,
O dia-a-dia dos irmãos que lá
No extremo dos rios amazônicos estão.
Ribeirinhos isolados à borda de rios
Que não figuram nos mapas
Nem nas páginas de jornal
Uma só linha os faz menção.
Isolados! Filhos esquecidos!
Assim, também, os colonos ao
Longo das estradas de barro, em ramais
Jamais percorridos por irmãos
Das capitais, os tais que se consideram
Filhos instruídos desta Nação!
Gente assistida! Filhos estimados!
Os nossos irmãos de pés no chão
Batido
Ou irmãos nossos remando o rio
Num bote ou numa canoa
Num sombrio igapó,
Vejam só, considero-os mais felizes
Que nós: no silêncio suam de
Sol a sol...
Mas, com uma espingarda na costa,
Uma malhadeira ou um anzol
Curtem a aurora ou o arrebol,
Rezam, falam com Deus...
Levam comida aos seus
Bebericam uma cachaça com gosto
E são protegidos dos céus!
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