Thursday, September 29, 2011

Jogadores da Seleção cumprimentam Neymar, que marcou o segundo gol do Brasil
Seleção Brasileira levantou o primeiro troféu sob o comando de Mano Menezes

Agora é oficial. Belém será uma das subsedes da Copa América de 2015. O anúncio foi feito, ontem, pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, durante o intervalo do Superclássico das Américas, em que o Brasil derrotou a Argentina, por 2 a 0. Antes mesmo da divulgação, já corriam especulações pelo Mangueirão dando conta de que a capital paraense estava incluída na principal competição do continente sul-americano. A primeira subsede anunciada foi Goiânia, que teve sua inclusão divulgada por ocasião do amistoso entre Brasil e Holanda.

O governador Simão Jatene, ao chegar ao Mangueirão, foi bastante indagado sobre a oficialização de Belém na Copa América. Como havia feito na véspera, quando visitou o estádio, ele preferiu não antecipar nada. "Vamos esperar pelo presidente Ricardo Texeira", esquivava-se. No intervalo do clássico, porém, o próprio presidente da CBF confirmou Belém como subsede da Copa. Em seguida, Jatene se manifestou, ratificando o que havia sido divulgado por Teixeira.

O Superclássico das Américas de ontem à noite, no Mangueirão, serviu para mostrar que Belém tem condições de receber, sem dever nada a nenhuma capital brasileira, eventos esportivos de grande envergadura. O que se prenuncia uma boa participação na Copa América. Não bastasse as melhorias feitas no estádio, que recebeu uma nova roupagem, tudo funcionou no Mangueirão. O torcedor não enfrentou grandes dificuldades para chegar ao estádio. As vias de acesso ao local funcionaram bem, diferente até mesmo dos clássicos entre Remo e Paysandu, que costumam provocar engarrafamentos nas imediações do Mangueirão.

Ontem, com tantos guardas de trânsito nas esquinas das vias de acesso ao estádio, o torcedor não teve a menor dificuldade para chegar ao palco do maior clássico do futebol da América do Sul. Um outro aspecto que também chamou a atenção foi a qualidade do serviço de hotelaria oferecido aos torcedores e principalmente as delegações do Brasil e Argentina, que se hospedaram no Hotel Crowne Plaza e Hotel Hilton, respectivamente. "Não será por falta de um bom serviço de hotelaria que Belém deixará de fazer bonito na Copa América", afirmou Eduardo Boullosa, proprietário do Crowne Plaza. "Temos hotel em condições de receber até mesmo público de um Mundial", completou.

Com a confirmação de Belém como subsede da Copa América, o governador Simão Jatene prometeu melhorar ainda mais as condições do Mangueirão, que é apontado como um dos melhores estádios do Brasil. "As melhorias que fizemos no estádio para o jogo entre Brasil e Argentina são apenas o início de muitas outras obras que pretendemos fazer no futuro", declarou. É claro que para receber um torneio de cunho internacional, Belém precisa, além de um bom estádio, oferecer conforto ao público em outros setores, como o transporte, por exemplo, mas até 2015 o governo tem bastante tempo para fazer esses ajustes.

Torcida emociona os jogadores durante o hino nacional

O torcedor paraense fez a sua parte, ontem, no Mangueirão, comparecendo em grande número para prestigiar a quarta apresentação da seleção brasileira em Belém. Os torcedores vestiram de verde e amarelo o estádio, numa festa jamais vista no futebol local. A movimentação de torcedores nas cercanias do estádio começou bem cedo. Por volta das 17 horas, cinco horas antes da bola rolar, já era possível ver um grande número de pessoas caminhando em direção aos portões de entrada do estádio, muitas delas usando a camisa da seleção brasileira ou algum tipo de objeto nas cores do time nacional.

Ainda na parte externa do estádio os vendedores ambulantes aproveitavam para faturar uns trocados, vendendo camisas, bandeiras, chapéus, bandanas e outros produtos, quase todos piratas. O comércio de mercadorias alusivas ao jogo, porém, não era visto apenas nas proximidades do estádio. Nas esquinas de avenidas distantes do Mangueirão, como a Duque de Caxias, Júlio César e almirante Barroso, muitos ambulantes também vendiam seus produtos, com muita procura, sobretudo por quem passava de carro se dirigindo para o estádio.

Quem entrou cedo no estádio reclamou da falta de atração pré-jogo. "Seria bom ter alguma coisa para passar o tempo até a partida começar", reclamou o cartunista Paulo Emmanuel, que disse ter chegado às 18 horas ao estádio. "Dá um tédio ficar aqui sem ver nada até a bola rolar", completou. Nas arquibancadas, o torcedor não esqueceu a paixão pelo clube do seu coração. Bandeiras de Remo, Paysandu, Vasco, Botafogo foram estendidas no parapeito por torcedores mais fanáticos. O amor pelo Pará também não foi deixado de lado. Várias bandeiras do Estado foram levadas ao estádio.

A torcida começou a se manifestar quando os goleiros da Argentina entraram em campo para o tradicional aquecimento. Nem precisava dizer que os hermanos receberam uma grande vaia. Não demorou muito para a galera vibrar, desta vez com a entrada dos goleiros brasileiros. Parecia até gol do time do técnico Mano Menzes. A festa continuou quando os demais jogadores brasileiros entraram em campo para o aquecimento. Mas o momento de maior emoção, sem dúvida, aconteceu quando da execução do hino nacional, que foi cantado a capela pelo público, emocionando muita gente no estádio.

No primeiro tempo o torcedor não teve tanto motivo para vibrar. Tirando alguns poucos lances de perigo, protagonizados por Neymar e Ronaldinho, o jogo foi morno. No segundo tempo, porém, a galera vibrou pra valer, fazendo tremer o "Colosso do Bengui" na comemoração dos gols de Lucas e Neymar, que determinaram a vitória do time brasileiro, por 2 a 0. O torcedor voltou para casa feliz, apesar dos engarrafamentos na volta. Até então, a última partida havia sido disputada no ano de 2005, contra a Venezuela, pelas eliminatórias da Copa do Mundo.

Poucos atendimentos; apenas um grave

De acordo com Jonas Viana, responsável pela equipe médica montada no estádio, cerca de 400 pessoas, entre médicos e enfermeiros, estiveram de plantão no estádio antes, durante e depois do jogo. Também foram disponibilizadas seis ambulâncias, sendo quatro delas do Samu e as demais da Sespa. Até o final da partida, segundo relatou o médico Jonas Viana, pelo menos 50 torcedores foram atendidos nos seis ambulatórios instalados dentro e fora do estádio.

O caso mais grave foi de um torcedor que apresentou suspeita de enfarte no segundo tempo da partida. O homem, de aproximadamente 40 anos, que não teve seu nome revelado, recebeu os primeiros atendimentos em um dos ambulatórioas e, em seguida, foi encaminhado ao hopital Lair Maia. "Ele informou ter plano de saúde e pediu para ser transferido", informou o médico. Os demais casos foram de pessoas apresentando pequenas fraturas e, principalmente, mal-estar. "Situações de menor gravidade", observou Jonas Viana. Todas essas pessoas, conforme explicou o médico, foram medicadas no local, algumas antes mesmo do começo da partida.

Além das ambulâncias para atendimento de eventuais casos com torcedores, uma UTI móvel esteve à beira do gramado. Jonas Viana explicou que entre o pessoal de saúde envolvido na partida estiveram funcionários da Sespa, Sesma, Samur, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil Municipal e Estadual, além de voluntários da Cruz Vermelha. Dos seis laboratórios, dois já existiam no estádio, mas passaram por uma grande reforma. Os demais foram colocados na parte externa do estádio e só voltaram a funcionar caso o Mangueirão venha a receber um outro grande evento do quilate do clássico de ontem entre Brasil e Argentina. (Fonte: Amazônia - Fotos AFP)

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