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Tuesday, August 23, 2011
Tenho apreciado seus artigos e tinha vislumbrado um certo viés estatista em sua concepção econômica, porém no seu artigo “Ainda não é o fim do capitalismo” percebi um certo ‘ajuste’ capitalista, pelo que o aplaudo sinceramente.
Sobra-lhe razão em sua posição.
O pensamento crítico é necessário, mas não podemos condenar um sistema que sabidamente, mesmo com suas mazelas auto corrigiveis é o maior agente revolucionário da História – gerado e gerador pela revolução produtiva e tecnológica – triplicou a expectativa de vida entre 1700 – 2000; e efetivamente reduziu a pobreza nos países capitalistas.
O pensamento crítico é necessário, mas não podemos condenar um sistema que sabidamente, mesmo com suas mazelas auto corrigiveis é o maior agente revolucionário da História – gerado e gerador pela revolução produtiva e tecnológica – triplicou a expectativa de vida entre 1700 – 2000; e efetivamente reduziu a pobreza nos países capitalistas.
Também é certo que em nenhum país existe um capitalismo puro, porém também é irrefutável que aqueles que mais se aproximam do livre mercado prosperam muito mais do que os que se regem por diretrizes de burocratas e políticos socialistas.
O fato é que não há nem pode haver um sistema político e/ou econômico perfeito, enquanto instituições humanas.
Porém, o assanhamento com relação a derrocada do capitalismo, toda vez em que há crise ou sinais de crise, não é novidade:
“O piedoso desejo de alguns economistas europeus de que haverá um colapso espetacular nos Estados Unidos — e não uma crise de reajustamento — e que esse colapso importará no coup de grâce no capitalismo provavelmente não se concretizará, não obstante a política americana e as grandes possibilidades que, sem dúvida alguma, se escondem no futuro imediato”. SCHUMPETER, JOSEPH A., in PREFÁCIO DA 3a. EDIÇÃO INGLESA, 1949, de Capitalismo, Socialismo e Democracia. Cambridge, Massachusetts - Abril de 1949.
A gênese dessa concepção catastrófica está em Karl Marx que como historiador, militante político, economista e filósofo da história, profetizou 25 maneiras diferentes em que o regime capitalista seria paralisado por suas contradições e cederia lugar a outro regime, no caso socialista.
Daí segue-se a crença dos economistas de formação marxista – incluindo-se os devotos/intérpretes do ‘profeta’ fundador da ‘verdade’ – Karl Marx – os marxistas, marxólogos e marxianos – que é incidir e reiterar na superioridade mental do ‘pai fundador’ do ‘socialismo científico’ – e assim, julgar/declarar-se peremptoriamente mais economista que os economistas, mais científico que os puros cientistas – embora não demonstrem nada do que dizem e pensam ser a VERDADE ABSOLUTA e, ai de quem discordar, embora os fatos digam o contrário.
Mas o mesmo historiador, filósofo, economista, militante político, como filósofo da história e ‘profeta’ – contraditoriamente pregou e convenceu seus seguidores com a ‘profecia’: - “Bem ao contrário do que aconteceu com a filosofia alemã, que desce do céu para a terra, aqui se sobe da terra para o céu”. MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. A Ideologia Alemã – Crítica da novíssima filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas, 1845-1846 (Die Deutsche Ideologie. Kritik der neuesten Deutschen Philophie in ihren Repräsentant Feuerbach, B. Bauer und Stirner, und des Socialismus in seinem verschiedenen Propheten). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p.48).
Muitos dos que acreditaram nessa ilusão marxista – realmente foram para o ‘céu’ e não poderão testemunhar.
RAYMOND ARON - assim resume a visão econômica marxista, embora pela militância seja autocontraditório (em sua essência o socialismo é contradictio in terminis):
“1.º) O regime capitalista, em sua busca de mais-valia relativa, é por essência um regime revolucionário. No Manifesto Comunista, as virtudes da burguesia vinham do fato de ela ter aumentado os meios de produção em um século mais do que a humanidade fizera em milênios. São virtudes revolucionárias ou construtivas que Marx, de certa maneira, exaltava. Em O capital, essa idéia reaparece e pode-se dizer que uma das características, aos olhos de Marx decisivas, do regime capitalista é sua essência revolucionária. Ele nunca aceita como decisiva uma modalidade qualquer de organização do trabalho ou de modo técnico de produção.
2.º) Resulta disso uma alteração incessante da organização do trabalho no interior das unidades de produção e, mais ainda, uma alteração das relações entre os diferentes setores da produção, o que exige uma extrema mobilidade da mão-de-obra.
3.º) Essa alteração revolucionária das condições de produção destrói rapidamente os modos antigos de trabalho e de existência. Mas então, e este último ponto é essencial, o maquinismo, no âmbito do capitalismo, atua de maneira permanente contra a classe operária. Encontramos aí, de novo, o caráter fundamentalmente antagônico do capitalismo, e temos de novo Marx em seu máximo, ou seja, no mais dialético e no mais patético. Ele é demasiado inteligente para ser contra as máquinas e contra a transformação incessante dos meios de produção. É um admirador do caráter revolucionário do capitalismo. Tudo que se ouvia contra o progresso técnico havia apenas alguns anos, e que ainda se ouve às vezes hoje, lhe pareceria monstruosamente absurdo. Mas, simultaneamente, ele acha que, no âmbito de um regime de propriedade privada, essa transformação incessante das condições de produção aumenta a exploração operária e multiplica a infelicidade da classe operária. Por que?
Para responder, basta citar outra passagem do livro I de O capital:
“A indústria moderna nunca considera e trata como definitivo o modo atual de um processo. Sua base é revolucionária, enquanto a de todos os modos de produção anteriores era essencialmente conservadora.” (In O marxismo de Marx. São Paulo: Arx, 2005, p. 313-4)
Queiramos ou não a economia de mercado ( e a liberdade) - essência do sistema capitalista – atualmente – ainda é o modelo mais eficiente para ordenar otimamente os fatores de produção (capital, trabalho, recursos naturais e tecnologia) para produzir mercadorias, bens e serviços necessários para o bem estar social, o crescimento e o desenvolvimento humano.
E o caminho – o bom caminho para sair da barbárie, da pobreza, da ignorância, da exploração, do atraso e do subdesenvolvimento físico e mental – é o capitalismo – operando na DEMOCRACIA política, na economia de mercado, com estabilidade/segurança jurídica, abertura de mercado, incentivos para investimento e desenvolvimento, respeito à propriedade e incentivo à empresa privada e um sistema tributário razoável preconizado desde Adam Smith.
Saudações respeitosas.
Rivadávia Rosa - Advogado
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