Monday, July 25, 2011



“Operação Salva Pagot”

e
“Operação Salva Dilma”


Como vocês já devem ter lido, Luiz Antonio Pagot está mesmo fora do Denit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

Agora é oficial.

Ele pediu o cancelamento das férias e avisou numa carta que está deixando o cargo.


Torna-se o 17º defenestrado do Ministério dos Transportes desde que uma reportagem de VEJA denunciou os esquemas criminosos vigentes na pasta. Hideraldo Caron, ligado ao PT, e Pagot, próximo do PR, resistiram muito.

E só um acordo os tirou de seus respectivos cargos.

Explico-me.

Nem Caron nem Pagot aceitavam o ônus da “moralização” ou da “faxina”, conforme foi chamada a operação deflagrada por Dilma.

Ponham tudo na balança, e vocês constatarão que se tenta transformar as demissões em uma forma de punição — e, obviamente, elas não têm esse caráter.

Ao dispensar essas pessoas de seus respectivos cargos, o governo apenas está dizendo que elas não reúnem condições de levar adiante a tarefa de lidar com dinheiro público. As irregularidades precisam ser apuradas, e os responsáveis, punidos.
Pagot só aceitou ir pra casa porque se fez um acordo:

o governo vai até o limite do possível para tentar impedir qualquer punição, e o ex-diretor fica de bico fechado; não diz uma vírgula sobre o que sabe.

Aquelas ameaças que fez antes surtiram efeito.

Tanto é assim que ele continuou no cargo até hoje.

Caron também saiu sob proteção — não se esqueçam de que o petista Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, colocou-o como um homem de sua estima.

O governo gostaria que a demissão de Pagot fosse o começo do fim da operação limpa-corrupto. Percebeu que esse negócio dá muito trabalho e que, como diria Lula, prejudica a base de apoio no Congresso.

A ordem agora é atuar para pôr uma pedra sobre essa história, já que Dilma teria tomado todas as providências cabíveis, como se os malfeitos fossem uma agressão pessoal à presidente, não ao país.

Assim, a demissão é parte da “Operação Salva Pagot” e da “Operação Salva Dilma”.
Ele ameaçava falar justamente sobre o financiamento da campanha eleitoral do PT em 2010.

Agora, todos resolveram se entender em silêncio.

Ah, sim: por enquanto, José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, não vê motivos para a PF abrir um inquérito…
25/07/2011

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